Oftalmopediatria e Estrabismo

O desenvolvimento visual na infância pode sofrer diversas interferências de patologias oculares cujo diagnóstico, muitas vezes, é difícil, pois necessita da atenção dos pais, parentes e professores já que, dificilmente, a criança se queixa de alguma dificuldade.

 

O Exame

O exame ocular deve ser feito, segundo a Associação Americana de Oftalmologia Pediátrica, logo ao nascer, aos 6 meses, 2 anos, 4 anos, 6 anos (fase de pré alfabetização) e anualmente após esta. O desenvolvimento da visão se dá desde a vida intra-uterina até aproximadamente os sete anos de idade e, em muitos casos, patologias diversas podem e devem ser diagnosticadas e tratadas anteriormente a este período.

A principal patologia a ser combatida é a Ambliopia, (olho preguiçoso) que pode levar à cegueira se não tratada. Ocorre quando há deprivação de boa qualidade de imagem no período do desenvolvimento visual, com uma preferência de um olho em relação ao outro que pode ser causada por:

  1. Diferença de graduação com uma imagem mais embaçada que a outra;
  2. Presença de estrabismo (desvio dos olhos nas posições horizontal ou vertical) onde a fixação ocular é sempre feita por um dos olhos;
  3. Barreiras visuais como, por exemplo, opacidade na córnea (leucoma) ou no cristalino (catarata congênita) e ptose congênita (queda da pálpebra).

O tratamento da ambliopia visa, inicialmente, a eliminação da dificuldade na formação da imagem adequada como: prescrição de óculos, retirada da catarata ou cicatrizes e correção do estrabismo com lentes ou cirurgia. Após a patologia devidamente tratada, a utilização de tampão no olho bom para estimular a visão do outro olho é fundamental.

A presença destas alterações é, na maioria das vezes, observado somente pelo oftalmologista em um exame de rotina e preventivo.

Outras doenças oculares podem estar relacionadas ao desenvolvimento ocular como:

  • Glaucoma congênito: aumento da pressão ocular por desenvolvimento inadequado na rede de escoamento do líquido intra-ocular que pode levar, em longo prazo, a uma conseqüente alteração do tamanho do globo ocular (maior).
  • Doenças infecciosas: rubéola e toxoplasmose adquiridas pela mãe durante a gravidez, podem provocar catarata e lesões irreversíveis da retina;
  • Retinopatia da prematuridade: pode ocorrer em crianças nascidas com menos de 1,5kg, necessitando acompanhamento devido à possibilidade da formação de neovasos na periferia que podem levar a tração e descolamento da retina;
  • Obstrução das vias lacrimais: a persistência de uma membrana, presente apenas no período intra-uterino, entre o canal lacrimal e sua saída para o interior do nariz pode ocorrer após o nascimento, causando lacrimejamento e infecções crônicas do canal lacrimal. Caso os sintomas permaneçam após o sexto mês de vida, uma sondagem dessas vias estará indicada.

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